sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Liberdade



Pela vivência efêmera pululam oportunidades, tais como ficar ou partir, abraçar ou desvencilhar os braços perante as visões que alimentam sonhos e vontades cotidianas.
Talvez o desejo ocaso de experimentar ser um outro alguém qualquer, pela impetuosa vontade de provar novas histórias, destinos paralelos, sem que fosse preciso recomeçar, apenas reinventar o que já se possuí.
Mas diante tais impossibilidades, estendo um olhar sobre este horizonte tecido por vivências esparsas e resta-me a vontade de desvendar, fazer parte dessas diversas histórias, repletas de encontros e desencontros.

Ser livre para ser autêntico? Ser livre para ser você mesmo? É de minha escolha como será esta caminhada, ciente de que é preciso apenas ter um pouco de cautela para não esquecer dos detalhes simples, das necessidades essenciais, do encanto por aquilo que à ninguém pertence e que cresce radiante, todavia, sendo irremediavelmente fiel aos que fazem parte dessa história.
Lembrando que o inesperado esta sempre à espreita, tal qual uma surpresa conveniente, dando sempre um novo sentido ao que possuímos, a este “sonho louco que é viver”.
Por Cristiane Queiroz Pimenta

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Afazeres



 Dos afazeres necessários
Dispendiosos e ordinários
Esta na ordem do dia
Protelar por bagatela
Meros afazeres sumários
Pura meritocracia designada
Sem deméritos
É a real, de fato
Manifesta bajulação aristocrata
Assim, tenho dito

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Afinal


 

Sigo teus passos
Amanhã, através do tempo
Farei dele meu compasso
E o amor há de estar aqui


Eis que esta canção surgiu
Quase sem querer


Afinal, te encontrei
Quando estava prestes à perder


Haveria merecimento?
Para tanto contentamento?
Entretanto, imagino


Que a felicidade a gente é que sabe
Nunca se é tarde


Sigo a te acompanhar
E caso preciso for
Irei sem duvidar
Para qualquer lugar
És o meu caminho


Afinal, somos pensamento à caminho do mar.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sobre você

 

ponte

 

Meu amor

Rega-me de alegria

Queria cantar-te

Toda paz que faz brotar aqui dentro

Ilumina meus sonhos

Enquanto escrevo o nosso mundo

 

Conte-me querido

O que te faz querer cantar

Os sonhos que te alimentam a alma

 

Fale-me sobre o frescor das noites enluaradas

Sobre as primaveras ensolaradas

Sobre as delícias de caminhos deslumbrados

Sobre as minúcias de quem observa o mundo

Encantamentos, amores, pesares

 

Cante a diversão que te contagia

Sobre o amor para uma vida toda

 

Quero descobrir a melhor receita

Àquela que lhe dê água na boca

Que aumente o encanto dos momentos

Tempere e adoce nossa euforia

 

A vida contrapõe ao inesperado

O inesperado complementa o desejo

De fazer surgir o início dessa canção

 

Quero lhe contar como cheguei até aqui

Sobre o seu desvendar diante meus olhos

Quero compartilhar as músicas, as minúcias

Do nosso existir

 

Fui conquistada pelo seu olhar sincero

Me rendi ao desejo de ser envolvida por seus braços

Quero ser surpresa, enquanto sou surpreendida

 

Me perco e encontro, em pensamentos que são seus

Sem mais distâncias enquanto vivemos, cotidianos

 

Encontro nas palavras, a inspiração do nós

Acreditando ser possível cantar toda poesia que nos envolve

Afinal, fui encontrada por você no meio dessa multidão

 

Assim, sem mais desencontros

Desejo ser sua, para todo o sempre

Quero viver essa história, descaradamente

Para chegar simplesmente sem improviso e por inteiro

 

Quero ser aquela saudade deliciosa

Dormir sob teu olhar inspirador

Que me faz transbordar sentimentos perfumados

 

Que nossa música seja tal qual um samba da eterna alegria

Quero traduzir noss´alma

Desdobrando versos intermináveis

Sem faz de conta

Sem olvidar

 

Conte-me das estrelas que admirou

Das pessoas pelas quais se apaixonou

 

Cante-me toda a beleza que há em seu olhar

Como se só ela existisse, querido

Sobre algum gesto que te fez parar, pensar

Sobre tudo por que sente encanto

 

Para que não abandonemos o olhar inocente

Sobre as coisas simples

Mas tão repletas que estão à nossa frente

 

Conte-me sobre o que te fez sorrir, chorar

Sobre o futuro que imagina

Sobre seus sonhos de quando criança

Sobre seus irmãos de alma

Sobre toda a verdade que é sua

Sobre o seu caminho, suas conquistas

 

Falaremos sobre alegrias repletas de riso

Quero temperar a nossa história

Vamos sonhar, construir, arquitetar, vivenciar

Dividiremos as dificuldades e tombos

Com olhar de quem sabe que talvez fosse realmente preciso

 

Sobre o amor e suas surpresas

Quando descobrimos que a resposta estava em nós

 

Nós somos os arquitetos desta construção

Onde só o tempo irá mostrar onde iremos desaguar

 

Compartilhemos todo receio e toda certeza

Sem meios termos, sem ensaios

Que sejamos inteiros

Que haja sempre a troca

De confidências, olhares, significados

 

Quero contar sobre mim

Quero ousar para reinventar o tempo que nos é dado

Somos a resposta

Para o que a vida nos traz

Sobre as minúcias e grandezas de quem ama

Por ora, estamos convencidos

Sobre o caminho que queremos trilhar

 

Sem mais demora, querido

Sigo o caminho de seus braços

 

Quero a simplicidade das coisas

O encanto das descobertas

 

Quero cantar-lhe o samba de meu coração

Deixar meus olhos descansarem sob os seus

Até ver brotar aquele brilhante riso no seu olhar

Vamos conversar, trocar silêncios

Sem jamais cansar

 

Afinal, sabemos que há coisas que não precisam ser ditas...

Canções


Paulinho Moska – Show em Botucatu (29/10/2010)

 

Partimos rumo à viagem
Apressando os passos em direção ao despertar
Seguimos o caminho de seus braços
Para então ver o dia se condensar
 
Abra os olhos para ver o que te faz querer sonhar
Esse sonho de viver, amar, dar cores
Veja, surgirão novas cores na paleta do existir
 
Quero viver tal qual o artista
Que com toda calma, alma
Sente, expressa, faz circular o amor
 
Transparecer a união lúcida, nítida
Do ser e existir
Do amar e permanecer
 
Fazendo esvair pelos ares
Ondas encantadoras
Da música que dança
Por entre as cordas de seu violão
 
A mágica de suas canções nos faz sentir
Nós ouvintes somos convertidos pelo encanto
Dominados por sensações semeadas em nosso ser
 
Transportemos a magia das canções
Canções que descrevem nosso viver
Unindo amores, estreitando laços
Dando novos ares, ao amor, ao viver
 
Ah...a música!
Chegando de algum lugar
O canto de quem sabe cantar o viver
Ouço com todo o encanto
Nunca ei, de me cansar e sentir
O que toda boa música nos faz, traz
 
Aquele músico abraçado ao violão
Já me fez chorar
Lágrimas de tristeza e alegria
 
Todavia, mantenho olhos e ouvidos à espreita
Daquele que canta
Canções que são seu maior bem-querer
 
Diante de uma praça ladrilhada por paralelepípedos
Espalhou sementes pelo ar
No espaço que com sua música, fez girar
Traçando novas linhas, dando novas cores
Com sua presença atemporal
E canções de caminhos deslumbrados
Compartilhando sua arte inspiradora
Para com os seus
 
Afinal, restou a certeza cantada
De que todo dia é dia de aprender
Do muito que a música nos traz
 
Em recordação ao show inesquecível do Paulinho Moska, que recebeu à mim e meu amor de forma encantadora!
 
DSC04270

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Vênus (Paulinho Moska)



Composição: Paulinho Moska

Quando a sua voz me falou: vamos
Eu vi deus sentado em seu trono: vênus
A religião que nós dois inventamos

Merece um definitivo talvez... pelo menos

Perceba que o que me configura
É sempre essa beleza
Que jorra do seu jeito de olhar

Do seu jeito de dar amor
Me dar amor


Não te dei nada que seja impuro
No futuro também vai ser assim
Se hoje amanheceu um dia escuro
Foi porque capturei o sol pra mim


Perceba que o que te configura
É sempre essa beleza
Que jorra do meu jeito de olhar
Do meu jeito de dar amor

Te dar amor

Perceba que o que nos configura
É sempre essa beleza
Que jorra do nosso jeito de olhar

Nosso jeito de dar amor
Nos dar amor


Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.

Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta?

O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.


A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo.

O amor não é orgânico.

Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.

Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.


O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.

O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.


E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.
 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ao infinito



Seu olhar guarda a ternura das palavras que não precisam ser ditas,
Simplesmente sorriem e transmitem toda a paz,
Meu porto seguro, meu caminho
É tudo o que sei, sinto
Assim, me pego a viver um sonho
A tradução de nossos anseios
Tal qual uma simbiose inabalável
De idéias e ideais
Numa existência palpável

Nossas conexões são infinitesimais
O mundo e nossas linhas, imperiosos paralelismos

Amo sua permanência em minha existência
Que ilumina, irradia
Fascina-me sem explicação
Tens um olhar nítido, lúcido, inspirador

Eu possuía a mania de caminhar por aí
Sem resistir à tentação de te observar
Entenda, sempre te quis demais
É tudo aquilo que meus olhos refletem

Como o inesperado essencial
Sinto-me renovada a cada novo olhar

Desvendando a eterna lógica do infinito
A eterna novidade do existir

Nosso mundo é um bemmequer

Opte-mos por sentir, por nos emocionar
Em prol da intensa felicidade
Deixando prevalecer a eterna inocência

É toda a calma que reina
Todo o desejo de amar e existir

Ilumina minh´alma como um sol, enchendo-a de encanto
Estamos aqui pra trilhar o caminho juntos, sem mais distâncias

Como uma história boa para se ler, danço com as palavras
Que me ditam qual rumo tomar

Mas é o coração que sente e canta, todo o encanto

Vem comigo, que o nosso destino é de quem deseja voar
Enveredar por entre os sonhos e abraços perfumados de sentimento

Nossa existência pulsa, divaga feito onda pelos ares
Transmitindo uma paz infinitamente maior

Sobre a insustentável leveza do ser, do amor e do riso
Pintemos inúmeras telas coloridas, repletas de sabores, sons, ritmos e sentimentos

No início da criação do nós

Nosso mistério será o existir à beira de uma permanência feliz

Que estejamos sempre repletos


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Linhas


Aviva estes fios, desata estes nós, transforma este novelo, tricotando novas linhas, tecendo variados destinos para nós. Seguimos em linhas paralelas que por fim, hão de se encontrar no infinito, onde vive todo o encanto. Não é preciso sempre querer tudo agora, pois o que virá será sempre surpresa.

A vida anseia por ritmos, cores, sensações e devaneios, em minh´alma impera o compasso do sonho, escorregando para não cair, coração sonha com intermináveis auroras pela manhã, onde o nascente é uma felicidade alegre, mas sempre devagar para não cair, para não deixar a saudade reinar. Hoje escolho afinal, a minha paz.

Quero ver reinar o amor, ver sol e luar iluminando meus pensamentos, compartilhar toda minha lembrança, desfrutar dos passos, cruzar variados caminhos, sempre pra te alcançar, convidar para uma dança a mais, sem jamais esquecer o destino que se resume a nós. Estou apenas procurando o sossego e um pouco mais de amor.

E se existir amor, que ele não me diga adeus.

domingo, 17 de outubro de 2010

Descoberta sobre o tempo



Sinto como se meus dedos estivessem carregados de eletricidade, em busca de me revelar alguma verdade através das palavras, sim. Houve um tempo em que eu escrevia, efetivamente, decorrido um tempo passei a escrever satisfatoriamente, alternando entre estilos, na peculiaridade que toma por ponto de partida a forma, não desprezando o cultivo da parte sensorial e técnica para penetrar no espírito.
Tal qual um musicista que com o zelo de compreender a parte sensorial, seus esforços em decifrar por meio da parte sensorial, sonora, as sensações provocadas em distintos espíritos, possuidores de divergentes estilos musicais.
A arte da escrita, não consiste apenas em argumentações, figurações e impressões mentais que abstraímos, expressamos através dela, é relevante o prazer dos sentidos, no olhar, no compasso da imaginação, no colorido, no atrito dos pensamentos e excitação do ego.
Faz-se poesia, com todo o amontoado de pensamentos, vivências, experiências e sonhos, quem não as compreende não se deve pôr a falar a seu respeito, pois é uma arte que não se pode em absoluto ser compreendida. Para dominá-la seria necessária uma excepcional dedicação e arte, para, da missão daí decorrente, extrair a quintessência, possibilitando a síntese permanente entre os contrastes do que se quer ou não transmitir.
O receio de não ser compreendido, não deve se tornar penoso, pois é possível através de tal troca tornar-se companheiro de idéias ou vir a ser uma simples conversa, sem conversão de opiniões do leitor.
Através da leitura deparo-me com idéias, com as quais não posso simplesmente discordar, porque fazem surgir o apelo da minha voz interior que por vezes muito se inclina a dar-lhe razão. Talvez seja a voz de minha natureza que está em aberta contradição as minhas usuais concepções.
Por ora, vejo que cabe confessar com completa franqueza, que naqueles tempos, em que escrevia efetivamente, tive a vaidosa idéia de abandonar a escrita e prosseguir com outras atividades evitando conhecer a necessidade da luta pela escrita, mas ainda possuía o anseio de dar vida ao espírito e a verdade, mas cheguei a um ponto em que não conseguia avançar, e comecei a duvidar do valor das escolhas daqueles que [in]conscientemente não se entregam aos seus destinos, em busca de um substitutivo brilho efêmero, intelectual e artificial, de uma vida genuína e realmente vivida.
Em resumo, estava em crise. Onde todo esforço intelectual e toda busca se torna duvidosa, desprovida de valores, e me inclinei a admirar aqueles que nos parecem viver com tamanha naturalidade, completos e felizes, mas nada sabemos de suas necessidades e dores. Encontrar-se em um estado de espírito assim, é difícil de suportar.
Pensava então nas maravilhosas possibilidades de fuga e libertação, pensei em sair pelo mundo como viajante, recitar em praças. Até surgir a vontade de envergar um novo destino, de tal modo me dispersei, que sozinha não conseguiria resolver meus problemas, necessitando de auxílio alheio.
Naturalmente, quando estamos em dificuldade e nos desviamos do caminho, é que sentimos a maior repulsa em retornar ao caminho normal e procurar um corretivo.
Eis que eu possuía um amigo, ímpar dentre os demais, o qual sempre me inquiria com tal minúcia que por vezes parecia pedante sobre a minha vida, todavia, eu confiara a ele as minhas preocupações, eu o forçara a dar-me atenção, e em troca respondia suas perguntas, tais respostas faziam-no invadir ineroxavelmente nas minúcias, à medida que minha vida ía sendo analisada.
Deixou de fazer-me apenas uma pergunta:
- Você sabe onde está o erro?
Fez-se o tempo de readquirir o controle sobre mim e sobre minhas forças, com o auxílio de outrem. Tendo eu tomado a liberdade de arriscar novas decisões repentinamente, pelo menos deveria ter notado logo o mal daí decorrente, com o tempo perdi até a consciência da minha omissão, e foi preciso que me lembrassem o erro.
Quanto mais exigirmos de nós próprios, ou a nossa ocupação exigir de nós, tanto mais devemos nos aproximar da renovação do espírito e alma, então inclino-me a meditar sobre toda essa trajetória.
Tornar-se uma fanática, ou deixar um sonho ambicioso apossar de suas faculdades, é inapelável. Só percebemos quando já não encontramos mais o nosso caminho.
Coloquei-me então a caminho, essa primavera de liberdade é não rara uma época de intensa felicidade, sem a precedente ilusão de outrora.
É espantoso o espetáculo de inconsistência das coisas, o desvendar da verdade diante de nossos olhos, é um organismo venerável, que se estrutura no decorrer de inúmeras gerações, encarnações, que se estrutura na florescência, essa que continha em si o germe da indiferença.
Não fora apenas um acaso bem especial, o fato de ambos, essa mulher de sentimentos delicados e esse homem de caráter firme, ilusionário e sensato a um só tempo, devia haver algum traço de união entre ambos, para que o mesmo imã houvesse exercido tão forte atração sobre eles, surgira uma forma de amizade, para ele um intercâmbio de idéias, para ela um novo período no caminho do seu despertar, que era para ela o significado máximo da sua vida.

É que esse era o caminho.